sábado, junho 25, 2005

Enquanto Seu Lobo não vem

No mesmo dia em que Roberto Jefferson fazia seu número na Conselho de Ética na Câmara, a Corte Suprema de Justiça da Argentina declarava a inconstitucionalidade das Leis do Perdão que livraram de julgamento os responsáveis pelos abomináveis crimes praticados durante a ditadura.
Enquanto lá os processos contra os militares e policiais envolvidos em crimes contra a humanidade são reabertos, por aqui o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) continua aprontando.
Ele que certa vez havia lamentado que FHC não tivesse sido fuzilado durante a ditadura, nesta semana chamou José Dirceu de terrorista, o presidente Lula de "homossexual" e Dilma Rousseff de "especialista em roubo e assalto". Não contente, ontem (24 de junho) foi o responsável por uma sessão solene na Câmara dos Deputados em homenagem aos militares que "desmontaram" a Guerrilha do Araguaia.
O coronel Lício Maciel, responsável pela prisão de José Genoíno em 1972, foi o grande homenageado. Ele acusou Genoíno de delatar os companheiros e se diz arrependido por não ter lhe dado umas "bolachas". Ele também contou com detalhes (sórdidos) alguns momentos da ação contra os guerrilheiros.
Todo o evento foi realizado dentro das normas democráticas e de acordo com as leis vigentes na Republiqueta. E nem sinal da abertura dos arquivos.
Caquéticos e impotentes somos nós.

2 comentários:

  1. republiqueta foi ótimo! todo o resto, lamentável.

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  2. Anônimo2:44 PM

    Adriano, meu caro

    Falar em gente que "continua aprontando", viste ontem o olho roxo do Roberto Jefferson?
    Logo que vi, lembrei-me de um clássico de nossa infância:

    O PATO

    Lá vem o pato
    Pata aqui, pata acolá
    Lá vem o pato
    Para ver o que é que há

    O pato pateta
    Pintou o caneco
    Surrou a galinha
    Bateu no marreco
    Pulou do poleiro
    No pé do cavalo
    Levou um coice
    Criou um galo
    Comeu um pedaço
    De genipapo
    Ficou engasgado
    Com dor no papo
    Caiu no poço
    Quebrou a tigela
    Tantas fez o moço
    Que foi pra panela

    TOMARA, ADRIANO... TOMARA.

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