sábado, dezembro 17, 2005

Atualização

Leia, Leia.
  • Torpor - overdose sem contra-indicações.

Clica e Vai

Profeta

Os dois últimos textos eram aquecimento para outros dois a respeito de um artigo que o filho do Sr. Ênio Mainardi escreveu na Veja. Mas as respostas de Alberto Dines e a repercussão do artigo foram publicadas no Observatório da Imprensa e por isso não há nada a acrescentar, salvo os links (edições de 29/11 e 06/12).
As entrevistas citadas no texto anterior não estão relacionadas à entrevista concedida por Mino Carta à Caros Amigos deste mês. Talvez meus poderes proféticos estão saindo do controle.

segunda-feira, dezembro 12, 2005

Do baú

Em novembro de 2000, a extinta revista República trouxe uma entrevista com Mino Carta por ocasião do lançamento de seu livro O Castelo de Âmbar. Como sempre, Mino desfechou ataques ferinos aos barões da imprensa brasileira.

"Como não tenho raiva do velho Frias (Octávio Frias de Oliveira, da Folha de S. Paulo), colaborei com a Folha em duas oportunidades, e ele sempre teve comigo um comportamento impecável. Tenho problema com o Otavinho (Otávio Frias Filho) porque o Otavinho é uma besta, um ser subdoloso e eventualmente mau. São tantos recalques nele que ele pode ser muito mau."

Frias Filho se manifestou sobre a frase e, na mesma edição, o trecho da matéria que introduzia a entrevista trazia o seguinte comentário dele: "Não tenho respeito moral nem intelectual por Mino Carta, que considero uma mediocridade emplumada. A obsessão desse sujeito comigo é assunto para psiquiatras".

Na edição de dezembro de 2000 da também extinta(mas essa infelizmente) Bundas, Mino Carta concedeu uma entrevista na qual explica que a origem de seus problemas com Frias Filho se deu em uma mesa redonda da SBPC da qual participaram, quinze anos antes. Ele afirmara que um dos problemas do jornalismo brasileiro era a presença de diretores de redação por direito divino. Segundo ele, não teve a intenção de ofender Frias Filho, mas apenas chamar a atenção para uma prática brasileira que não existia na imprensa de nenhum outro lugar do mundo.

Tempo depois, Frias Filho publicou um artigo afirmando que Mino tinha algum "problema psiquiátrico". Mino respondeu em o Diário do Grande ABC, mas seu artigo foi censurado. Conta ele:

"Tendo a crer que o foi por causa do senhor Otavinho. Eles devem ter ligado para ele, como fizeram agora meus entrevistadores na revista República. Quando se fala de caras da comunicação, eles ligam. Eu já vi entrevistas que tinha resposta na edição seguinte. Lógico, evidente. Mas contemporaneamente? Eu dei a resposta e eles ligaram e perguntaram: 'Otavinho, o que você tem a dizer a respeito?'

Procuraram o Roberto Civita (*), que disse uma besteira qualquer. Agora o outro, não. Voltou à carga e disse que 'não tem respeito intelectual nem moral' por mim, que eu sou um 'intelectual emplumado'. Acho que quanto ao respeito intelectual ele tem toda a razão, eu mereço isso. Agora moral? Não dá.

Ziraldo [provocando]: Pois é, mas você falou que ele era uma besta.

Mino: Mas não uma besta porque ele seja um cretino. Não acho que ele seja um cretino. Falei uma besta, assim, como quando a gente diz [largado, espontâneo] 'aquele cara é uma besta!' Mas é um cara que dá nota todo mês aos repórteres, e afixa num quadro. É de uma maldade sublime. Todos os rapazes que chegam perto dele e galgam postos, e tal, ele acaba devorando. Todos, todos."

(*) Roberto Civita também é citado na entrevista de República.


Cartilha

A matéria da Folha (gentilmente publicado por ela) é prova da ignorância que boa parte dos jornalistas têm a respeito da própria atividade. Em 2002, apenas a Carta Capital e OESP declararam abertamente a quem apoiariam na corrida presidencial (Lula e Serra, respectivamente). Vontade manifestada em editorial. Qual o problema? Delito de opinião? O leitor tem o direito de saber em quem o veículo vota por uma questão de honestidade. Isso que constitui novidade por aqui já é praxe na imprensa norte-americana, lembrada por nossos jornalistas a cada quinze minutos como modelo de bom jornalismo.
Reportagem e cobertura devem procurar o mínimo de imparcialidade. Os editoriais e artigos assinados nunca. Deve ter isso na Caminho Suave do jornalismo.

quinta-feira, dezembro 01, 2005

Insone

Todo mundo sabia que o Zé Dirceu não iria escapar da cassação, por isso acompanhar o processo e a votação na Câmara também era uma medida protocolar. Ouvir a transmissão da CBN, na verdade, era apenas uma forma infálivel de pegar no sono.
Lucia Hippolito, porém, frustou todos os meus planos ao repetir algumas vezes a palavra qüestão durante a cobertura. Quem consegue pregar os olhos sabendo que tremas saltaram das caixas acústicas e se esconderam em algum lugar da sala?