terça-feira, julho 10, 2007

Tutti Funghi entrou em recesso. Enquanto não volto para cá, colaboro com outro empreendimento familiar: o Terceiro Mandato.
Obrigado pelas visitas. Até a volta.

quinta-feira, abril 05, 2007

Mil

Por causa do milésimo gol do Romário, as partidas do Vasco ganharam uma dose maior de suspense, monotonia e decepção. No jogo de ontem, pela Copa do Brasil, todo mundo pareceu ter esquecido de que se tratava de partida decisiva. Os jogadores atuaram em compasso de espera e a cobertura tanto concentrou seus esforços no baixinho que quase esqueceram de narrar os gols.
Sim, a comoção nacional em torno do tão aguardado gol têm prejudicado a equipe do Vasco, uma vez que os meias concentram demais as jogadas para que Romário marque. Mas se não fosse o milésimo, qual seria a graça de assistir aos jogos do Vasco?
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Se o novo técnico do Corinthians convencer o time a sair de campo exatamente como entrou, ou seja, com 11 jogadores e sem nenhum gol sofrido, já vai ter feito mais que o Leão.

terça-feira, março 27, 2007

Pesos

Quando os jornais cobram do governo os critérios técnicos para escolha do ministério não faz mais do que a obrigação. Mas agora que Franklin Martins assumiu a supersecretaria da Comunicação da Presidência da República, chamam o cara de vendido. Vai entender.
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A vitória contra o Chile também não passou de obrigação, mas serviu para o Dunga perceber que num time de craques como Kaká, Ronaldo Gaúcho e Robinho não pode cometer a heresia de deixá-los no banco. Talvez não tenha apostado nesse esquema antes por excesso de zelo. Ou por teimosia mesmo que é a característica de treinador de seleção. Se o medo era repetir o fiasco na Copa alguém da comissão técnica poderia ter lembrado que, para o bem ou para o mal, ele não é o Parreira, Robinho não é o Ronaldo e o Chile não é a França.

domingo, março 18, 2007

Mês

Semanas afastado da internet, do blog e de outros blogs. Notícias apenas por ouvir dizer e a leitura dinâmica do jornal. Não fossem as horas perdidas no ineficiente transporte público da cidade (que custa R$ 2,30, mas não vale R$ 1,50) e minha cultura geral estaria reduzida a zero.
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O paulistano reclamou dos transtornos causados pelas visita de Bush. Os mais indignados exigiram desculpas oficiais da delegação norte-americana pela alteração na rotina. Mas tudo isso com um meio-sorriso indisfarçavel. Pode reparar. Talvez imaginando que um dos ícones do conservadorismo contemporâneo finalmente se rendeu às evidências e veio aqui prestar a devida homenagem. Outro há de se render. Bento XVI vem para cá em maio e vai celebrar missa campal aqui (onde mais?) na zona norte.
São Paulo chia, mas está que não se agüenta. Que Pan, que nada!

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Semana

Estadão, segunda-feira: Brasil é campeão em ações trabalhistas. Não é porque temos um patronato mesquinho e a justiça mais morosa do mundo, não, pessoal. O problema é a legislação inadequada e esse bando de mal-agradecidos que insistem em exigir seus direitos.
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Os que defendem a redução da maioridade penal argumentam que no mundo contemporâneo, informações massificadas, tecnologia e o escambau, os jovens hoje amadurecem mais rápido e têm maior discernimento do que tinham os jovens de outros tempos, razão pela qual a legislação é anacrônica e não considera as mudanças ocorridas na sociedade.
Pensando assim e considerando o aumento da expectativa de vida dos brasileiros, pergunta-se: por que não se discute a ampliação da maioridade penal e o fim da redução de prescrições para maiores de 70 anos?
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Aquele barulho familiar ouvido durante o noticiário não é defeito ou problema do aparelho de televisão. São apenas os amoladores de faca preparando o JN.
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Quando dizia aos amigos que trabalhava na pior escola particular da capital, não estava exagerando. Agora os resultados do ENEM não me deixam mentir.

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Scorsese

É verdade que o Oscar tem sido ingrato com Martin Scorsese. Mas as injustiças da Academia são nada comparadas aos verdadeiros crimes contra ele. Eis os dois maiores que deveriam figurar na lista de grandes barbaridades cometidas contra o cinema da Convenção de Genebra. Em 1977, Taxi Driver não foi indicado ao prêmio de melhor diretor e ainda perdeu o prêmio de melhor filme para Rocky. Ironicamente para uma turma que adora o tema da segunda chance, em 1981, a Academia não se redimiu e Touro Indomável perdeu os dois prêmios para Gente como a gente.
Depois disso Scorsese recebeu mais 4 indicações para o prêmio de diretor. Em 1989, A Última Tentação de Cristo perdeu para Rain Man e, em 1991, Os Bons Companheiros perdeu para Dança com Lobos. Nenhuma tragédia comparável ao que fizeram contra Touro Indomável, mas Os bons companheiros consegue ser visto mais de uma vez. Somente nas indicações mais recentes que recebeu (em 2003, concorreu aos prêmios de direção e filme com Gangues de Nova Iorque, vencidos respectivamente por O Pianista e Chicago. Agora em 2005, concorreu com O Aviador e perdeu ambos para Menina de Ouro), seus filmes perderam para outros indiscutivelmente melhores.
E toda essa divagação para dizer obviedades. Caso perca novamente, Scorsese se tornará o maior não-ganhador da história da Academia. Se vencer, será principalmente um reconhecimento pela carreira e não por Os Infiltrados - que é seu melhor filme desde Vivendo no Limite, mas não merece levar ambos os prêmios. Como fã gostaria que ele ganhasse bonito que nem o Clint Eastwood fez em duas ocasiões e levasse melhor filme e direção para casa. Duvido muito. Mas se acontecer dessa vez desconfio que será mais uma injustiça do Oscar com Scorsese.

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Pelo menos

A vantagem da derrota no amistoso é que obriga a Seleção e o Dunga a manterem os pés no chão. Outra vitória com o Elano em campo e talvez Ronaldinho Gaúcho tivesse realmente que provar sua condição de titular. Melhor assim. Mas perder justo para o Felipão?

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Coisa nossa

Ninguém se responsabiliza pelo acidente. Aguardemos os laudos e viva a técnica! Como pegou mal com S. Pedro, o consórcio desisitiu de responsabilizar as chuvas e apontou uma falha geológica. Ah, a natureza... sempre atrapalhando nossos planos. O Estado por sua vez não se dá sequer ao trabalho de fiscalizar, resultado do modelo mais avançado de liberalismo. Laissez-faire total e salve-se quem puder. Cidades inteiras cobertas de lama Brasil a dentro, mas como drama de classe média rende mais, a questão era saber se com a marginal fechada o rodízio municipal de veículos seria antecipado. Espertinhos de plantão transformaram-se em engenheiros e vereadores por um dia, levando consigo uma parte da imprensa sempre disposta a espremer sangue e verter lágrimas da audiência. Até energéticos foram distribuídos. Sensibilidade zero.
A cratera do Metrô é a cara de São Paulo.

sábado, janeiro 13, 2007

Um país admirável

Enquanto no país do "tá tudo certo" os crimes praticados pelo Estado durante a ditadura militar são vistos como excessos e as tentativas de investigação são desdenhadas como revanchismo, os processos contra os responsáveis por crimes de Estado cometidos durante a ditadura na Argentina são conduzidos com firmeza.
Não contente, a Justiça argentina passou a investigar as graves violações aos direitos humanos durante o governo civil que antecedeu a ditadura e ontem emitiu um pedido internacional de captura, solicitando a detenção de Isabelita Perón em Madri. Ela é acusada de terrorismo de Estado durante o período em que esteve na presidência(1974-1976).
A louvável medida, seguida pela tradicional 'invejinha', reafirma a disposição do país em ajustar contas com seu passado recente. Mas o que também me deixou bastante admirado foram as circunstâncias em que Isabelita Perón chegou ao poder e as características do seu governo.
Quando conheceu Perón, Isabelita era dançarina de cabaré. Casou-se com Perón na Espanha e em 1973 tornou-se vice-presidente da Argentina. Com a morte do presidente-marido, em 1974, assumiu a presidência e durante os 20 meses em que ficou no poder o governo deu uma guinada à direita. Contou com a inestimável ajuda do mordomo de Perón nos tempos de exílio, astrólogo, ministro da Ação Social e fracassado cantor de ópera, José Lopéz Rega, conhecido como "O Bruxo". Lopéz Rega liderava o grupo paramilitar Tríplice A responsável pelas perseguições e assassinato de mais de 900 pessoas. Segundo a Justiça que agora investiga os crimes, o grupo seguia autorização de Isabelita Perón para a "aniquilação" dos chamados movimentos subversivos.
Apesar de toda essa história e nunca termos corrido sério risco de termos, sei lá, a Virginia Lane na presidência, é o Brasil que continua não sendo um país sério.

terça-feira, janeiro 09, 2007

A Companhia das Letras publicou recentemente para a coleção Jornalismo Literário um livro com perfis e reportagens feitas por David Remnick para a revista The New Yorker. Como o preço é proibitivo, leio homeopaticamente alguns artigos sempre que visito alguma grande livraria.
O perfil de Philip Roth, feito por ocasião do lançamento de A marca humana, é excelente. Na reportagem, Remnnick cita um parágrafo do romance que decidi transcrever abaixo (copiei da edição do livro de Roth que tenho em casa). Se levarmos em consideração que o tema Cicarelli e YouTube domina o noticiário, o parágrafo se revela bastante oportuno.
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"Nos Estados Unidos, foi o verão em que a náusea voltou, em que as piadas não paravam, em que as especulações e teorizações e hipérboles não cessavam, em que a obrigação moral de explicar aos filhos como é a vida adulta foi ab-rogada em nome da necessidade de conservar-lhes todas as ilusões a respeito do assunto, em que a pequenez das pessoas se tornou esmagadora, em que uma espécie de demônio estava à solta por toda a nação e em que as pessoas, tanto as pró como as contra, se perguntavam: "Por que somos tão malucos?"; em que homens e mulheres, quando acordavam de manhã, constatavam que, durante a noite, num estado de sono que os levara além do alcance da inveja e da repulsa, haviam sonhado com a desfaçatez de Bill Clinton. Eu, em particular, sonhei com uma faixa gigantesca, envolvendo dadaisticamente, como numa instalação de Christo, a Casa Branca, cobrindo-a por completo, com a legenda: AQUI MORA UM SER HUMANO. Foi um verão em que - pela bilionésima vez - o caos, a brutalidade, a bagunça se revelaram mais sutis do que a ideologia e a moralidade. Foi o verão em que o pênis de um presidente esteve na cabeça de todos, e a vida, com toda a sua impureza desavergonhada, mais uma vez confundiu todo um país."
(Philip Roth, A marca humana. trad. Paulo Henriques Britto. Cia. das Letras, p. 11-12.)

segunda-feira, janeiro 08, 2007

Hoje estive em dois lugares onde ocorreram blecautes. Num deles, um hipermercado, as pessoas gritaram alucinadas ou como se estivessem apanhando da mãe nos poucos segundos em que faltou energia e até que o gerador do lugar normalizasse a situação. Fiquei imaginando o que ocorreria numa situação semelhante àquela mostrada no filme Esperança e Glória sobre o cotidiano inglês durante os bombardeios nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Para um exército inimigo que quisesse espalhar o pânico entre os paulistanos bastaria treinar um chimpanzé para desligar o interruptor.

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Ainda o The Heart of Saturday Night: é impressionante como Tom Waits consegue interpretações profundas em San Diego Serenade e Shiver me Timbles e outras aparentemente descompromissadas como Diamond on my windshield e Fumblin' with the Blues.

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Perry, um alfajor Havanna é maná para quem gosta de doce.

domingo, janeiro 07, 2007

Descobertas

Nesse final de semana ouvi o soberbo The Heart of Saturday Night do Tom Waits, experimentei o primeiro alfajor Havanna da minha vida e ainda tento reorganizar a diagramação do Tutti depois de descobrir que perdi alguns links. 2007 promete.

sábado, janeiro 06, 2007

Tom Waits - The Heart of Saturday Night (1974)

sexta-feira, janeiro 05, 2007

Cadafalso

A grande notícia do período em que estive fora foi a execução de Saddam Hussein. Não deve ter sido muito agradável acordar no dia 31 e ver fotos dele com a corda no pescoço. Até o Human Rights Watch condenou o julgamento. O governo Bush cumpre a promessa de levar a democracia para o Iraque. Começando pelo Velho-Oeste.
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Algumas mudanças feitas no Tutti saíram do controle. Vai demorar para ajeitar tudo.