As afirmações do secretário de Segurança Pública de São Paulo sobre os ataques contra bases comunitárias da PM são lapidares. Saulo Abreu comentou que o destino dos autores do atentado será "cadeia ou IML" e não acredita que os ataques tenham sido provocados para desestabilizar a campanha eleitoral do governador Alckmin à Presidência da República.
"Cadeia ou IML" sempre foram as opções da política de segurança pública em SP e a constatação do secretário não traz nenhuma novidade escandalosa. Por isso ninguém notou a falta de serenidade no comentário.
Gostaria de lembrar que pelo menos três pessoas morreram na série de atentados(um policial e dois criminosos), a PM acuada e disposta a tudo aumenta a sensação de insegurança e os baixos investimentos no setor reforçam a solução mais violenta.
Quanto ao mais importante, pode ficar tranqüilo secretário. A campanha eleitoral continua firme e forte.
3 comentários:
Meu irmão, meu camarada! Eu assisti as declarações que muito me indignaram. "Cadeia ou IML" é coisa de antes da redemocratização. Incrível como passados 20 anos avançamos tão pouco na luta pelos direitos humanos no Brasil.
Num outro contexto Hannah Arendt diria que se trata da "banalização do mal". Mas no Brasil segregar negros e pobres, marginalizá-los, tratá-los com prisões em condições abomináveis ou com execuções sumárias não tem nenhuma semelhança com os regimes que assombraram o século vinte.
Depois dessa enérgica declaração do secretário, tão ao gosto popular, pode estar certo de que a campanha continuará mais "fime e forte" do que nunca.
Como se dizia mesmo? "Eu prendo e arrebento", né?!
Ontem, depois de vários meses sem assistir aos noticiários, tive o desprazer de testemunhar essa declação aterrorizante. Acho que passarei mais alguns meses no jejum de notícias, estava melhor assim.
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