sexta-feira, abril 22, 2005

Leitura Dinâmica I

Os dois relatos à seguir foram feitos por dois amigos e tratam do envolvimento com livros. São muito parecidos, por sinal.
1) Quando tinha doze anos, um amigo leu Capitães da Areia de Jorge Amado. As primeiras relações sexuais dos personagens coincidiram com suas primeiras descobertas sexuais. O espanto que algumas passagens lhe imprimiam (o envolvimento homossexual entre alguns personagens) e o pânico de ser surpreendido com o livro naquelas páginas deram à leitura o caráter de grande desafio.
2) Já uma amiga, filha de professora, tinha permissão de ler todos os livros da estante, exceto O Cortiço de Aluísio Azevedo. Obediente, ela leu todos os livros da estante antes de pegar o livro proibido. E leu escondida, claro.
Lembrei dessas histórias subversivas por causa de outras duas, também sobre livros, mas de outra geração:
1) Expressões chulas, como pênis ereto, contidas num livro indicado para alunos do Ensino Fundamental têm causado indignação e horror em algumas mães.
2) Algumas adolescentes consideraram Feliz Ano Velho, de Marcelo Rubens Paiva, um livro pornográfico por causa da forma como ele narra sua trajetória sexual até o acidente.
Hoje em dia, os pais podem deixar o Kama Sutra na mesa de centro que ninguém pega.

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