quarta-feira, novembro 09, 2005

Pobre Marianne

Os distúrbios na França que já ameaçam se espalhar para outros países da Europa lembram aquela história nada edificante do marido que não sabe porque bate na Marianne, mas ela sabe porque está apanhando.
As declarações de Nicolas Sarkozy após a morte dos dois jovens e dos primeiros incidentes agravaram o quadro dos distúrbios ocorridos na França na última semana, mas o ministro não pode ser o único responsabilizado pela sua falta de jeito. Dialogar com "a gentalha" não é o forte da "ordem republicana" francesa já há algum tempo.
O pacote econonômico apresentado pelo governo para melhorar a vida nos bolsões de pobreza mostra a distância entre o discurso integracionista e a realidade dos jovens da periferia, imigrantes em sua maioria, que se revoltaram por serem sistematicamente ignorados pela "republicana" e constantemente maltratados pela "ordem".
E como lembrou Gilles Lapouge em artigo no Estado, o estado de emergência decretado pelo primeiro-ministro Dominique de Villepin só foi aplicado uma vez, durante a Guerra da Argélia, o que representa uma péssima evocação. Principalmente porque pode levar ao acirramento dos ânimos entre os radicais dos dois lados. Mas os maníacos liderados por Le Pen tem chances reais de chegar ao poder.

3 comentários:

Anônimo disse...

nossa!arrasou dessa vez!
bjs

Anônimo disse...

Esse assunto aind avai dar muito pano pra manga.
Até colocamos uma matéria la na Paradoxo sobre o essa confusao! :)

Abs

Anônimo disse...

Só pra lembrar: esta semana está sendo lançado em dvd o filme "A batalha de Argel". O dvd é duplo e contém dois documentários interessantes...
Sobre a França de hoje, nada mais apropriado que a (já batida, reconheço) frase de Rosa Luxemburgo em "A crise
da social-democracia" de 1915: "Socialismo ou barbárie".
Até!