quarta-feira, novembro 23, 2005

Professor procura II

O Estadão de 13/11 publicou uma entrevista em página dupla com o prefeito José Serra. Não havia comentado a entrevista até agora porque tomei conhecimento dela hoje. Perdeu um pouco da graça tecer qualquer consideração a respeito da entrevista. Via de regra, as entrevistas com políticos estão padronizadas no "levanta que eu corto". Por que não fazem auto-entrevista de uma vez?
A diversão mesmo ficou por conta do box com uma frase "Quero a volta do ensino da taboada". Nele, lemos que o prefeito adotou uma "atitude inusitada": uma vez por semana o prefeito comparece a uma escola pública para ensinar a criançada. Segundo o prefeito, além de ser uma atividade relaxante, ele pode acompanhar melhor os dramas da educação brasileira. Trabalho de campo diletante.
Segundo a reportagem, o prefeito ensina Matemática para crianças da terceira e quarta série do ensino fundamental. Ele distribui palitos de fósforo para cada aluno e pergunta qual o time de futebol de sua preferência, reunindo essa informação para ensinar gráficos e tabelas para a turma.
Minha imaginação pedagógica não alçou os mesmos vôos e não entendi que papel cumpririam os fósforos naquela aula. A reportagem talvez por considerar sua função óbvia demais não explicou a razão deles estarem ali. Apesar da minha imaginação pedagógica deficiente, acho arriscado brincar com a imaginação de crianças munidas com fósforos, haja visto o que algumas delas esperam da escola. Melhor tentar com giz.

Um comentário:

Anônimo disse...

quando a gente acha que o fundo do poço está aí, percebe que tudo pode ser pior...